Brinca, brincando

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Brinca, brincando

Apesar das dúvidas existenciais que a palavra “brinquedo” ainda provoque em algumas pessoas quando associada à palavra “sexual”, considero que essa associação é na verdade a visão mais positiva que se pode ter de um objeto criado para o prazer. Mais do que um utensílio ou assessório, um brinquedo sexual merece ser identificado como parte da diversão que a interação erótica e sexual devem ser. O divertimento é, surpreendentemente, uma das componentes mais esquecidas e negligenciadas do prazer íntimo.

Na rotina do quotidiano, o sexo é muitas vezes visto como uma tarefa, um favor ou, no pior dos casos, uma obrigação. Retirar o sentido lúdico ao sexo é menosprezar a importância da alegria na nossa vida. E porque é que a alegria é tão determinante para a nossa vontade de viver e procurar prazer? Porque a alegria não é apenas uma palavra, é o resultado de uma manifestação fisiológica concreta, que galvaniza o nosso cérebro e nos faz criar profundos laços afetivos.

A alegria proveniente da brincadeira é o primeiro passo que damos, desde que nascemos, em direção a algo que desejamos. É a essência primordial da nossa conexão com o mundo que nos rodeia. É tão forte e tão marcante que, quando a perdemos à medida que vamos compreendendo melhor o mundo e as suas dificuldades, começamos muitas vezes a procurá-la em substâncias artificiais, muitas vezes de forma excessiva, só para termos a mínima vontade de conviver com outros ou até, no limite, com nós próprios.

A brincadeira não é brincadeira. Brincar é explorar, é arriscar, é permitir. É muitas vezes um ato de vulnerabilidade, de entrega e de coragem. Implica disponibilidade e disposição. Boa disposição. E se há coisa que o prazer erótico procura promover é as mais diversas formas de bem-estar. Brincar é também a forma mais criativa de aprender, e os brinquedos sexuais são a prova efetiva disso. Através de formatos e funcionalidades cada vez mais diferenciados e originais, é possível explorar sentidos e sensações de formas que superam e potenciam em muito as possibilidades da mera interação física, demonstrando que o sexo e o prazer erótico só têm os limites da nossa imaginação.

Um limite que começa na curiosidade e que, alimentada pela correspondente vontade, transforma a brincadeira de uma simples ação lúdica e positiva, numa experiência extraordinariamente didática e construtiva, com impacto a curto (alegria) e a longo prazo (felicidade).

Rui Simas

Erotic coach

 

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