Saber, fazer
Por muito que se fale de sexo, nada é melhor do que experimentar fazê-lo para descobrir as suas verdadeiras potencialidades. O que torna a experiência sexual única não é a descoberta dos pontos erógenos em geral, mas sim a descoberta dos nossos pontos erógenos e de quem partilha essa experiência conosco. A pressão sobre o desempenho é algo que afeta homens e mulheres na descoberta do prazer, seja seu ou dos outros. A necessidade de corresponder a determinadas expectativas e/ou demonstrar cada vez mais conhecimento avançado sobre técnicas e táticas antes de fazer qualquer gesto, apenas contribui para uma maior pressão sobre todas as ações inerentes a um encontro íntimo orgânico e curioso.
Apesar da importância da educação sexual e da informação sobre práticas sexuais responsáveis, nem todo o conhecimento contribuiu para uma expansão do universo erótico. Determinado conhecimento pode contribuir para a criação de preconceitos sobre temas que, na verdade, não são tão limitados ou definidos.
O único conhecimento inerente à sexualidade e ao prazer é que ambos dependem de vários fatores.
A partir desta base, a exploração da resposta física e mental deve ser feita com uma mente livre e curiosa. Nem sempre o clitóris é o ponto de maior prazer nas mulheres (pode haver hipersensibilidade que provoca dor; pode o ponto mais sensível estar localizado mais acima ou mais abaixo; pode haver maior prazer na penetração; pode haver maior sensibilidade em outros pontos do corpo, como os mamilos ou os dedos dos pés; etc), tal como nem sempre o homem tem ereção quando está excitado ou ejacula quando tem orgasmo, para dar apenas dois exemplos.
É na dúvida e na procura que reside o segredo do prazer. E o único desempenho que importa não é o que se faz, mas sim a vontade com que se faz. Porque mesmo que se faça tudo bem à primeira, haverá sempre alguma vez em que a mesma técnica deixa de resultar porque o que era ótimo e surpreendente, passou a ser apenas a rotina espectável.
Rui Simas
Erotic coach