Sexo, pornografia e erotismo

pornografia e erotismo

Sexo, pornografia e erotismo

À vista desarmada, sexo, pornografia e erotismo parecem ser a mesma coisa. Se não quisermos pensar muito sobre isso, até podem mesmo ser, nada contra. Mas se quisermos ir um pouco mais além do mero pragmatismo semântico, chegamos a um entendimento um pouco mais profundo das diferenças entre estas designações, o que, a meu ver, ajuda também a compreender um pouco mais sobre a sexualidade humana. Em termos genéricos: sexo é o que faz, pornografia é o que se mostra/vê e erotismo é o que se pensa. Se concordarmos com estas premissas, poderemos então aprofundar um pouco mais sobre cada um dos temas.

Quando falamos de Sexo, falamos de tudo o que tem a ver com a concretização da atividade sexual, seja em termos de conhecimento biológico e fisiológico do corpo, da interação dos órgãos genitais entre si e/ou com diferentes partes do corpo ou objetos, das funcionalidades do sistema reprodutivo, de todas as atividades físicas de estimulação corporal e de tudo o que faça parte da experiência empírica de vivência concreta do prazer sexual. Sexo é viver o momento presente, estando presente no momento.

Quando falamos em Pornografia, falamos sobretudo da representação explícita do ato sexual, seja visualmente ou até verbalmente, com ou sem recurso a enredos ficcionados, mas onde o principal intuito é, através dessa representação, estimular o desejo sexual, tanto de quem o faz (exibicionismo), como de quem vê/ouve (voyeurismo). Pornografia é a grafia do sexo em todo o seu espectro real e efetivo.

Por fim, quando falamos de Erotismo, falamos sobretudo de contextos psicológicos. O erotismo é a filosofia do sexo. É o que está no passado (antes) e no futuro (depois) do sexo presente, é o que está implícito na pornografia explícita, mas é acima de tudo o que nasce e floresce no universo da imaginação e da criatividade.

O erotismo é o prazer que não existe ainda (a antecipação) mas é também o prazer que existe sempre (a fantasia); é o prazer que se sente (sensorial) mas é também o prazer que não se sente (imaginário); é o prazer que se vivencia (a provocação) mas é também o prazer que se projeta (o desejo); o prazer que se revela (a experimentação) mas também o prazer que se descobre (a surpresa); mas, principalmente, o erotismo é o prazer que expande o potencial racional (consciente), emocional (íntimo) e espiritual (energético).

Desta forma, pode entender-se o erotismo como um conceito agregador do que é o sexo para além do encontro físico e do que é a pornografia para além da representação óbvia. O erotismo é a capacidade do ser humano viver o prazer para além do instinto e de exprimir o prazer para além do impulso.

Em resumo, estes três conceitos são mais diferentes do que parecem e merecem ser diferenciados para podemos compreender que o quão fascinante e expansivo pode ser o universo da sexualidade sexual. E aqui começa a aventura.

Rui Simas

www.simas-eros.com

 

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