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Toca-me

Já lhe tinham feito de tudo, mas os seus dedos apenas tinham feito uma coisa: agarrar um charuto e um copo de whisky antes, durante e depois. A sua satisfação estava na música, não no sexo. O prazer estava no éter, não no corpo. O orgasmo estava na alma, não na ejaculação. E nem homens nem mulheres o tinham feito trocar as teclas por ponto erógenos ou enfiar dedos onde quer que fosse.

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Ser e não ser

O homem ria de prazer e continuou a penetrá-la. Ela sentia-se completamente preenchida até às entranhas. Tinha-se esquecido de como era positivamente maravilhoso sentir esse tipo de dor. Enquanto o homem grande continuava com os seus movimentos lentos e profundos, ela foi sentindo o seu corpo a expandir-se, a adaptar-se e a lubrificar-se cada vez mais. Com todo aquele fervor, nasceu nela uma vontade de assumir o controlo.

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A massagem

A rapariga sorriu e bateu palmas de entusiasmo. "Que bom!", disse ela, e acrescentou "como posso compensá-lo, senhor?". Ele ficou surpreendido. "Ora essa, a compensação é eu poder tomar banhos mais demorados." Ela parou de sorrir por um momento mas, depois de pensar um pouco, afirmou. "Posso fazer-lhe uma massagem, se quiser." Ele olhou para ela desconfiado. "Uma massagem?", repetiu ele como se a querer saber se tinha percebido bem. "Sim, teria todo o gosto", disse ela.

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Primeiro estranha-se

Nenhum dos seus maridos soube como agradá-la logo na primeira tentativa. Mas aqueles dedos sabiam como criar antecipação, deslizando à volta da entrada da sua vagina quente e tocando muito levemente no seu clítoris, até que ela implorou silenciosamente para ser penetrada por eles, no preciso momento em que eles escorregaram dentro dela. O timing fora perfeito. Ela suspirou profundamente. Susteve a respiração.

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Romantesão

Sentia-se abençoado por ter alguém a seu lado que o fazia querer viver melhor, alimentar-se melhor, cuidar-se melhor, fazer mais exercício, adquirir novos conhecimentos e habilidades. Alguém que o fazia correr para casa depois do trabalho, alguém que sorria quando o via e que chorava à sua frente sem vergonha. Alguém que debatia temas com tanta inteligência como emoção, que ganhava discussões mas que também sabia perdê-las.

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A coleira

A mulher sorriu finalmente com a boca toda. "Pode dar-me, por favor?", perguntou-lhe. Novo arrepio. O segundo "sim..." quase não se ouviu. Abriu mais a porta, e andou para a frente e para trás várias vezes sem saber se convidava a mulher para entrar ou deixava à porta.

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Exposto

Subitamente a sala encheu-se de gemidos de prazer cada vez mais fortes. A multidão fundiu-se numa verdadeira orgia. Pessoas e objetos eram agarrados, lambidos, inseridos e penetrados da mesma forma. Ele estava extasiado. Aquele cenário dantesco tinha sido causado pelas suas obras e pelas suas palavras. Era aquele o mundo com que ele convivia diariamente, apenas na sua cabeça, isolado numa aldeia longe de tudo e de todos.

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ELA III

Ela tinha aprendido, por inspiração divina ou por outra razão qualquer, como ser o que queria e nada se colocaria no seu caminho. Foram os homens da sua vida que tiveram de acelerar o passo. Converteu um pai de luto num avô dinâmico e carinhoso. Transformou um marido preguiçoso e egocêntrico num homem ambicioso e respeitável. E dedicou-se a criar o seu filho para o tornar num rapaz responsável e atencioso.

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ELE II

O fim de semana era mais um dia, e às cinco da manhã de um domingo, o seu telefone tocou de um número privado. Uma voz feminina, tão mecânica como a dele, quis saber quando poderiam marcar uma reunião para tratar de negócios pendentes. Ele consultou a sua agenda e disse "12 minutos." A mulher desligou. Num movimento, ele pegou no casaco e correu para a porta. 12 minutos até ao encontro. Desceu para a garagem, tirou o carro do lugar e entrou na cidade.

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ELA II

Tudo o que ela queria era ser amada. Alguém que a amasse como pensava que merecia. Como pensava que qualquer pessoa merecia. Ela até achava que já tinha conhecido o amor da sua vida, mas perdera-o por terem diferentes visões do que o amor deveria ser. Foi-lhe ensinado que uma relação amorosa era para ser somente entre duas pessoas, até que a morte (ou a traição) as separasse

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ELE I

Ele procurava algo que valesse realmente a pena, que pusesse à prova a sua resistência física e mental, que o desafiasse em todos os seus mais profundos medos e que o fizesse sentir como um verdadeiro soldado, validado, valioso, condecorado pela sua coragem, valentia e competência. Mas nunca o sentiu em todas as lutas onde andou. Até que um dia, ao virar de uma esquina, lhe caiu uma bomba em cima.

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ELA I

Os vestidos eram ajustados ao milímetro para se colarem a cada curva do seu corpo, os decotes eram abismos vertiginosos que desciam do cume de dois mamilos simetricamente e estoicamente eretos, das suas ínfimas saias brotavam duas amplas e torneadas pernas que nunca se cruzavam e dessas pernas sobressaiam dois lânguidos pés que se embutiam em sapatos com saltos tão altos que nem mesmo alguns equilibristas de circo se atreveriam a usar. Tudo nela clamava por atenção.

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